Por que algumas pessoas têm conjuntivite alérgica?

A conjuntivite alérgica atinge cerca de 20% das crianças brasileiras entre 6 e 7 anos, conforme levantamento. Na idade adulta, essa condição também pode se manifestar. Cerca de 1/3 dos pacientes com doenças alérgicas tem sintomas nos olhos. A doença tem impacto na qualidade de vida e no convívio social de seu portador, com prejuízo no trabalho e estudos, em função de seus incômodos sintomas.

Mas por que algumas pessoas desenvolvem essa alergia nos olhos? Tire essa e outras dúvidas a seguir. Acompanhe.

O que é conjuntivite alérgica?

Trata-se da forma mais comum de alergia nos olhos. Ela não é contagiosa (diferentemente da conjuntivite infecciosa) nem transmitida por contato, e caracteriza-se por uma inflamação na região ocular provocada por um alérgeno.

Há, basicamente, quatro tipologias dessa condição, a saber:

  • Conjuntivite alérgica dos tipos sazonal (alérgicos a polens) e perene (mais comumente alérgicos a ácaros) que são associadas a quadros de rinite ou asma – a forma perene é a mais comum em nosso meio.
  • Ceratoconjuntivite atópica: tipo que é associado à dermatite atópica.
  • Ceratoconjuntivite primaveril (vernal): crises mais freqüentes no verão e primavera. Forma mais rara e grave de conjuntivite.
  • Conjuntivite papilar gigante: relacionada principalmente ao uso de lentes de contato.

Quais são os principais sintomas da conjuntivite alérgica?

Os sintomas dessa condição podem ser persistentes (durar dias ou até mesmo meses) ou intermitentes (durar apenas algumas horas), geralmente acometendo os olhos bilateralmente (porém, pode ocorrer de um olho ser mais afetado do que o outro).

Entre as principais manifestações dessa condição, estão:

  • Coceira frequente e intensa nos olhos.
  • Pálpebras inchadas.
  • Lacrimejamento e vermelhidão.
  • Desconforto ao manter os olhos abertos em locais de maior claridade.
  • Sensação de “areia nos olhos” e de queimação.
  • Edema das pálpebras e da conjuntiva (camada que recobre a parte branca dos olhos).

Por que se desenvolve conjuntivite alérgica?

Ocasionalmente, a condição pode se dar de modo isolado. No entanto, em boa parte dos casos, ela está relacionada a outras manifestações alérgicas, sobretudo à rinite alérgica – gerando a chamada rinoconjuntivite alérgica.

Como em outros quadros de alergia, a conjuntivite alérgica se desenvolve quando o sistema imunológico está sensibilizado e reage de modo exagerado a determinados alérgenos. Os principais agentes ambientais estimuladores desse quadro são ácaros, fungos, baratas, antígenos do pelo de cachorro e de gato e pólens. Conservantes presentes nas formulações de medicamentos oftalmológicos – como o cloreto benzalcônio e o timerosal -, além de cosméticos, perfumes e partículas de látex também podem estimular o desenvolvimento do quadro.

Ainda, fumaça de cigarro, odores fortes e a combustão do óleo diesel e da madeira também podem acabar provocando irritação nos olhos, o que tende a agravar os sintomas da conjuntivite alérgica.

Como é o tratamento da conjuntivite alérgica?

Algumas boas práticas para reduzir a intensidade e a frequência das crises alérgicas incluem controle ambiental – eliminar acúmulo de pó em casa, limpar os ambientes com pano úmido, trocar a roupa de cama semanalmente, evitar pets no quarto (sobretudo na cama), manter filtro do ar condicionado sempre limpo, etc. -, não coçar os olhos e fazer compressas frias para dar alívio à região.

Ainda, conforme orientação médica, colírios e outros remédios tomados por via oral poderão ser administrados. Vale ressaltar que quem tem outras alergias (como rinite, asma e dermatite atópica) precisa tratá-las a fim de ter um controle melhor, também, da alergia ocular.

É fundamental a avaliação e acompanhamento do oftalmologista e alergologista.

É importante saber que, se não for tratada, a conjuntivite alérgica em alguns casos pode levar à perda de acuidade visual e até mesmo à cegueira.

E então, ficou mais claro por que algumas pessoas desenvolvem conjuntivite alérgica? Em caso de dúvidas, deixe sua mensagem nos comentários. Até a próxima!

Compartilhe:

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *