Parar de comer alguns alimentos provoca alergia alimentar?

De acordo com dados da Organização Mundial de Alergia, entre 220 e 520 milhões de pessoas no mundo sofrem hoje com alergia alimentar. E isso representa um incremento preocupante no registro desse tipo de patologia, sobretudo na sociedade industrial ocidental.

Há diversas teorias e pesquisas sendo feitas para averiguar as causas do aumento da incidência desse problema. Será que, entre elas, está a restrição inadequada ao consumo de determinados alimentos como fator desencadeante de doenças alérgicas?

Descubra mais sobre a alergia alimentar e tire suas dúvidas no artigo de hoje. Acompanhe a seguir.

O que é alergia alimentar?

Em linhas gerais, trata-se de uma reação adversa anormal do sistema imunológico a determinado alimento ou grupo de alimentos. O problema se manifesta quando o organismo detecta como uma ameaça substâncias que, na verdade, não causam doenças, o que dá início a uma resposta imune para combatê-las.

Essa condição apresenta sintomas bastante diversos, que podem se manifestar na pele (inchaço, coceira, eczemas, etc.), no sistema gastrintestinal (dores abdominais, vômitos, diarreia, etc) e no respiratório (tosse, espirro e rouquidão, por exemplo), além de outros sinais e sintomas. Quanto a isso, é importante ter em mente que essa reação pode ser branda – como uma coceira nos lábios -, mas também severa, podendo comprometer vários órgãos.

Esse problema apresenta maior prevalência entre aqueles que já têm alguma outra doença alérgica – estima-se que 38% das crianças com dermatite atópica, por exemplo, sofram com alguma alergia alimentar.

Quais alimentos costumam provocar alergia?

Na verdade, qualquer alimento pode estimular uma reação alérgica a quem apresenta sensibilidade a ele. Entretanto, leite de vaca, ovo, soja, trigo, nozes, amendoim e castanhas, peixe e crustáceos são os que apresentam maior incidência e que também podem levar a reações mais graves – como a anafilaxia.

Diversos outros alimentos também podem causar reações alérgicas. E de fato, estima-se que, atualmente, 160 tipos de alimentos possam provocar alergia alimentar.

Como é feito o diagnóstico de alergia alimentar?

Para obter um diagnóstico preciso, o especialista leva em conta o histórico de seu paciente. A história clínica, como exposição e sinais e sintomas é fundamental. Também podem ser solicitados testes cutâneos com extratos de diferentes alimentos a fim de eliminar determinadas suspeitas. Teste de imunoglobulina (IgE) específico para algum elemento alérgeno, quando disponível, também serve no diagnóstico.

Uma dieta de exclusão também pode ser adotada para a identificação do problema. Ela consiste em suspender o consumo do item suspeito de estar desencadeando a reação por aproximadamente 4 semanas (em média). E a depender do caso e das manifestações clínicas, pode ser feito o teste de provocação oral, que consiste em expor, de modo supervisionado por profissional treinado em ambiente adequado, o paciente ao alérgeno alimentar, de modo a reproduzir os sinais e sintomas, em se confirmando a alergia. Naturalmente, a melhor estratégia deve ser traçada com a orientação de um médico especialista no assunto.

Parar de comer determinados alimentos provoca alergia alimentar?

Atualmente, não existe uma medicação específica que previna ou que elimine em definitivo a alergia alimentar. No entanto, para quem apresenta tal quadro, a recomendação é de evitar novos contatos com o produto que atua como alérgeno. Sobretudo junto ao público infantil, essa exclusão rigorosa ajuda a diminuir o problema da alergia, levando a tolerância ao alimento depois de certo tempo.

Acontece que, na ânsia por evitar novas crises ou incômodos, pode ocorrer de o paciente, por conta própria ou por orientações equivocadas recebidas, eliminar outros alimentos de sua dieta. Porém, isso não deve ser feito sem orientação médica. Dietas restritivas demais, retirando alimentos sem comprovação de alergia, podem levar a um quadro de deficiência nutricional e até mesmo à desnutrição, além de outros problemas de saúde.

E é mais perigoso ainda suspender o consumo de determinado alimento sem a devida comprovação de alergia pois pode causar, em um contato posterior, uma verdadeira reação alérgica, que pode até ser grave, devido ao estímulo errado ao sistema imunológico depois de um período de suspensão do consumo sem a indicação correta. Especialistas acreditam que determinadas mudanças de hábitos, como o crescimento do consumo de alimentos industrializados, e as dietas repetitivas ou restritivas, podem, de fato, estar ligadas ao incremento nos casos de alergia alimentar registrados nos últimos anos.

Portanto, reforçamos: é de grande importância não seguir dietas especialmente recomendadas a outras pessoas, deixando de consumir determinado grupo de alimentos sem a avaliação de um médico. Além da preocupação com alergias, esse comportamento pode prejudicar de diversas formas sua saúde.

E então, ficou mais claro para você como se dá a alergia alimentar? Como você estabelece sua rotina alimentar, incluindo ou excluindo determinadas comidas e produtos? Compartilhe sua experiência nos comentários.

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