Hoje, no Brasil, estima-se que cerca de 20 milhões de pessoas tenham asma. A doença crônica e inflamatória, apesar de comum, ainda é permeada por mitos e dúvidas. Entre elas, a questão de se quem quer ser atleta ou praticar um esporte pode ter asma.
No post de hoje, desvende alguns desses mitos e esclareça suas dúvidas sobre o tema.
Afinal, ter asma é impeditivo para ser atleta?
Apesar de muitas pessoas acreditarem que quem tem asma não pode ser atleta devido às suas restrições de saúde, a verdade é que apenas o fato de ter a doença não impede ninguém de atuar como atleta amador ou mesmo profissional.
A atividade física pode, ao contrário, ajudar a saúde e o bem-estar do asmático, visto que, em pacientes com doenças crônicas, o exercício físico contribui para o aumento da capacidade funcional e respiratória, melhorando a qualidade de vida.
No entanto, para que o esporte seja benéfico, é fundamental buscar o auxílio de um especialista para orientação e indicação de tratamento mais adequado. O recomendado é iniciar a prática com atividades de intensidade baixa, e ir aumentando gradativamente, sempre contando com o acompanhamento médico e fazendo uso da medicação prescrita para o quadro de asma. Iniciar em momento com a doença estável e controlada, ou seja, fora de crise.
Portanto, ao ter asma, ninguém precisa abrir mão de uma prática esportiva.
É possível que o esporte desencadeie asma?
Há, basicamente, dois perfis de atletas asmáticos: aqueles que já tem asma e aqueles sem antecedentes de alergias que desenvolvem a chamada Asma Induzida por Exercício (AIE), ao longo dos anos em sua prática esportiva.
Sabe-se que a asma é a doença crônica respiratória de maior incidência entre atletas de elite. Os treinamentos extremos, em condições climáticas nem sempre favoráveis, viagens constantes, a exposição a fatores desencadeantes de asma (como a poeira) e a falta de tratamento adequado: tudo isso favorece essa prevalência.
Assim, de fato, há casos nos quais a prática esportiva contínua, aliada a outros fatores, pode desencadear asma. Isso, naturalmente, não deve desestimular o asmático a praticar um esporte, mas é sempre importante contar com auxílio e acompanhamento profissional para minimizar eventuais efeitos nocivos.
A asma prejudica a performance esportiva?
Quando controlada e bem gerenciada, ter asma não é sinônimo de desempenho inferior – há, inclusive, atletas de alta performance que são asmáticos. O ex-nadador brasileiro Fernando Scherer (Xuxa), os jogadores de futebol ingleses David Beckham e Paul Scholes e o ciclista Chris Froome são alguns exemplos.
No entanto, para isso, não se pode abrir mão do tratamento. Muitas vezes, por achar desnecessário, ter preconceito ou por falta de conhecimento, alguns atletas deixam de tomar seus medicamentos para asma ou os utilizam apenas em momentos de crise. Isso, além de afetar sua saúde e seu bem-estar, pode impactar em seu rendimento esportivo, visto que mesmo pequenas alterações na função pulmonar acabam custando os segundos que separam o atleta de seu lugar no pódio.
Existem tratamentos permitidos pelos comitês olímpicos para atletas de elite com asma. Especialistas e legislações devem ser sempre consultados a respeito.
A prática esportiva pode melhorar a saúde de quem tem asma?
Praticar exercícios regularmente pode ajudar a melhorar os sintomas da doença e a qualidade de vida do paciente, aprimorando seu condicionamento cardiorrespiratório, tornando a ventilação pulmonar mais eficaz e ajudando na prevenção de outros problemas respiratórios. Por isso, o esporte pode ser um grande aliado do tratamento do asmático, desde que ele siga as orientações médicas, sobretudo para as atividades de maior intensidade.
Além da natação, a corrida e o ciclismo, por exemplo, assim como outras modalidades aeróbicas, podem ser esportes benéficos para quem tem asma.
E então, esclarecemos sua dúvida se ter asma significa não poder ser atleta? Você conhece algum outro exemplo de esportista que apresente essa condição de saúde? Deixe sua mensagem nos comentários e até a próxima!