Urticária aguda e crônica: quais as diferenças?

Você já ouviu falar em urticária? Trata-se de uma condição comum, que tem como característica principal o surgimento de lesões elevadas (pápulas) avermelhadas (urticas) na pele, acompanhadas de coceira e/ou queimação. Em algumas pessoas a urticária vem acompanhada de inchaços (angioedemas) em diferentes locais do corpo, como lábios, pálpebras, mãos e pés e genitália. Segundo levantamentos, até 20% da população mundial pode sofrer de uma crise de urticária aguda ao logo de sua vida. Já a urticária crônica pode acometer até 0,5% da população.

Neste artigo, compreenda melhor o que é a urticária e a diferença entre suas duas manifestações: a aguda e a crônica. Acompanhe a seguir.

Como surge e como lidar com a urticária?

A urticária surge a partir de uma produção exagerada de várias substâncias químicas que são liberadas em nosso corpo através de células chamadas mastócitos. A principal e mais conhecida dessas substâncias, que causam todos os sinais e sintomas da doença, é a histamina. A doença pode ou não ser manifestação de alergia. 

Uma característica da urticária é que ela pode aparecer e se manifestar rapidamente pelo corpo, de modo que as placas avermelhadas desaparecem de maneira repentina, ou, ainda, reaparecem em outro local sem deixar marcas, conferindo seu caráter migratório.

De modo geral, a urticária pode em alguns casos ser auto-limitada, ou seja, ser curada espontaneamente, em outros casos pode ter um caráter mais crônico e demorar meses ou anos para entrar em remissão (sumir). O emprego de medicações sintomáticas (para alivio e controle dos sintomas) é um dos tratamentos, os mais utilizados são os anti-histamínicos (conhecidos como antialérgicos), pois bloqueiam a ação da principal substância química liberada na urticária, no caso a histamina, como falamos acima.

Nos casos de urticária que podem estar ligadas a quadros alérgicos ou fatores de piora, tentar identificar esses fatores que desencadeiam as crises(os sintomas) não é tão simples, já que as lesões podem surgir de repente. Isso demanda tempo e bastante observação e cuidado, para que um diagnóstico equivocado não seja feio. É possível por exemplo que o problema surja devido a medicamentos (AAS, diclofenaco, penicilina, anti-hipertensivos e etc.), alguns alimentos (frutos do mar, ovos, nozes, leite, chocolate, conservas, etc.), picadas de inseto, ou ainda como uma reação à exposição direta da pele a fatores físicos, como o frio ou calor, raios solares, água quente ou fria, exercícios físicos, entre outros. As lesões podem surgir, também, em áreas da pele que estiveram sujeitas à fricção ou foram mantidas pressionadas. Esses últimos são fatores físicos, que podem ser a causa ou estar associados a uma urticária espontânea.

 

Qual é a diferença entre urticária aguda e crônica?

O que determina se o caso é de urticária aguda ou crônica é o tempo de acometimento da doença. Dizemos que a urticária é aguda quando tem início recente e todo o quadro dura menos de seis semanas. Já a crônica as lesões incomodam o paciente na maioria dos dias da semana e todo o quadro tem duração superior a seis semanas.

Urticária aguda

Considera-se urticária aguda quando ocorre um episódio transitório e autolimitado, que tem duração de no máximo menos de seis semanas, podendo ressurgir em outro momento, em qualquer parte do corpo. É mais freqüente em crianças e adultos jovens.

Geralmente a urticária aguda é desencadeada pela ingestão de alguns alimentos, medicamentos ou outros componentes relacionados às alergias, como perfumes, pelo de animais, etc. Infecções agudas também são uma causa bastante freqüente de urticária aguda, principalmente em crianças as infecções virais das vias respiratórias, como gripes e resfriados.

É mais comum que a doença seja manifestada em pessoas com doenças como rinite, asma e dermatite atópica, principalmente em crianças e jovens.

Urticária crônica

Neste caso, quando os sintomas passam da sexta semana, já pode ser considerado um quadro de urticária crônica. A afecção pode permanecer ativa por meses ou até anos, e pode ter episódios de melhora e piora. O paciente pode ficar semanas com a urticária mais leve, sem incomodar muito ou passar por períodos em que ela fica tão intensa que impactam no seu dia a dia, como nas atividades dos estudos e trabalho.

A urticária crônica pode ser apresentada de duas formas: a induzida, quando a doença não é espontânea e os sintomas são desencadeados por um agente externo, como frio, calor, pressão por roupas justas, água, exercícios físicos, etc; e a espontânea (antigamente chamada de idiopática), mais comum em mulheres jovens, onde não se encontra um claramente um fator causal para as crises, mas hoje sabemos que uma boa parte dessas ditas espontâneas podem estar ligadas a autoimunidade, que se trata de uma reação do próprio organismo.

O que fazer?

Antes de qualquer coisa é importante saber que a urticária crônica tem tratamento e que as crises podem ser controladas com medicamentos, a fim de que o paciente consiga levar uma vida normal.

Naturalmente, cada caso é um caso, por isso, o tratamento pode variar de acordo com o paciente e diagnóstico. A primeira etapa, quando a causa é identificada, é suspender o contato com o agente desencadeante da crise. Deve-se investigar se a urticária pode estar ligada a alguma outra doença, sendo então manifestação dessa, ou se estamos diante apenas de uma urticária crônica como entidade em si, o que representa a maioria dos casos.

Medicamentos anti-histamínicos (conhecidos como antialérgicos) são prescritos em boa parte dos casos. Por vezes, em poucos casos e com indicação restrita, é necessário acrescentar remédios com corticóides. Nos casos considerados mais graves e sem controles, quando não respondem a modalidade inicial de tratamento, outros medicamentos são acrescentados seguindo protocolos estabelecidos mundialmente.

Atente-se: quando a crise de urticária aguda é desencadeada por alimentos ou remédios, os sintomas aparecem pouco tempo depois de ingeri-los, e isso pode ser um sinal de alergia – portanto, é necessário procurar um especialista imediatamente. Nos casos agudos e considerados mais graves, especialmente quando associados ao angioedema, pode ser necessária a aplicação de adrenalina por via subcutânea.

Além disso, se você conseguir identificar qual é o agente que desencadeia os surtos de urticária, se afaste rapidamente dele. Se você tem um quadro de urticária procure imediatamente um especialista, dermatologistas e alergologistas são profissionais capacitados para investigar e conduzir esses casos. Converse com seu médico a respeito.

E então, ficou mais claro para você quais são as diferenças e características da urticária aguda e da crônica? Deixe sua mensagem nos comentários e até a próxima!

 

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