Como funciona a imunoterapia para asma?

O termo correto para o que chamamos de “vacina de alergia” é imunoterapia com alérgenos ou imunoterapia alérgeno-específica. É uma forma de tratamento que tem como objetivo diminuir a sensibilidade do paciente que se tornou alérgico a determinada substância. Consiste então na administração do alérgeno, como por exemplo ácaros, pólens e venenos de insetos (abelhas, vespas e formigas), em doses crescentes e por um período longo de tempo, que vai depender da doença, do tipo do alérgeno e risco de exposição ao mesmo, dos sinais e sintomas apresentados, da resposta a terapia, entre outros fatores.

A asma é uma doença respiratória crônica, e quase 20 milhões de brasileiros precisam lidar com o mal diariamente. Ainda que possa ser controlada, ela afeta consideravelmente a saúde, bem-estar, o trabalho e a qualidade de vida daqueles que precisam conviver com os seus sintomas.

Mas as possibilidades de tratamento são positivas. Os avanços científicos trazem soluções que prometem melhorar a vida dos alérgicos e a imunoterapia é uma delas.

Trata-se de uma opção que, além de benéfica para o alívio dos sintomas, reduz significativamente a incidência de crises e consequentemente os gastos com tratamento.

Confira, a seguir, como funciona a imunoterapia para asma e os resultados proporcionados por ela.

O que é asma?

A asma é uma doença inflamatória crônica das vias respiratórias que se caracteriza pela hipersensibilidade dos brônquios e bronquíolos, que são “canais” que conduzem o ar que inalamos até o interior dos pulmões. Eles reagem a partir do contato com determinadas substâncias (alérgenos e/ou fatores irritantes), provocando inflação e obstrução desencadeando os tão conhecidos sintomas, que podem ser bastante prejudiciais se não forem devidamente tratados: falta de ar, tosse, chiado e pressão no peito.

No entanto, o quadro da asma pode ser controlado, ainda que não apresente cura definitiva.

Como é a imunoterapia para a asma, sua aplicação e como ela age no organismo?

Consiste na administração de extratos de alérgenos purificados e padronizados, por vias subcutânea (injetável) ou sublingual.

As administrações são feitas em esquemas já determinados, com intervalos regulares, que gradativamente vão aumentando. Na forma subcutânea por exemplo, iniciamos com aplicações semanais, que depois passam para 2-4 semanas até a fase de manutenção com aplicações mensais. O tempo de tratamento é longo, varia entre 3 a 5 anos, ou até mais, como para os casos de picadas de abelhas, vespas e formigas, onde alguns poucos pacientes podem precisar manter até pelo resto de suas vidas.

O propósito do tratamento é induzir o organismo a alterar a sua resposta imune a partir do contato com a substância (alérgeno) a fim de reduzir os sinais e sintomas apresentados.

Quais são os cuidados e as contra-indicações?

A imunoterapia é bastante benéfica e segura, desde que indicada, aplicada e monitorizada de forma correta e precisa a partir dos protocolos existentes.

O médico alergologista deve indicar o esquema, via de administração, os alérgenos empregados e o tempo de tratamento a depender do caso de cada paciente.

O profissional e o paciente devem estar atentos as reações que podem ocorrer durante o tratamento, que na maioria das vezes são leves e bem toleradas. Exemplos de reações leves são as que ocorrem nos locais da aplicação da forma subcutânea, como dor e vermelhidão no local.

Algumas das contra-indicações a imunoterapia são: asma não controlada; pacientes com doenças graves do coração; pacientes que sofram de outras doenças do sistema imunológico, como problemas com a imunidade (defesa) do organismo.

Quais são os resultados clínicos desse tratamento para a asma?

O tratamento da imunoterapia é bastante eficiente, desenvolvendo menor sensibilidade do organismo quando em contato com as substâncias alérgenas – no caso da asma: ácaros, fungos, baratas, etc. – e reduzindo significantemente a frequência e intensidade das reações.

As chamadas crises asmáticas passam a aparecer de forma mais esparsa e com efeitos menos nocivos. Mas, claro, tenha em mente que é uma ação preventiva, e não a cura.

Qual é a duração dos efeitos?

O tratamento da imunoterapia não produz resultados do dia para a noite, e é preciso ter paciência nesse processo.

Sua ação depende muito de cada organismo, mas geralmente deve ser administrada no período mínimo de 3 a 5 anos até chegar ao seu efeito absoluto – durante esse tempo, já é possível percebem melhorias progressivas no quadro asmático e que são mantidas por mais anos após a suspensão das administrações.

Essa é uma possibilidade relevante e que oferece melhor qualidade de vida aos asmáticos alérgicos.

Ainda que não determine a cura da asma, a imunoterapia é um tratamento com resultados eficazes de redução de sintomas – principalmente quando comparado a outros métodos e recursos.

E então, ficou mais claro o funcionamento da imunoterapia para asma? Se você tem alguma dúvida sobre esse tratamento, deixe sua mensagem nos comentários ou entre em contato conosco. Até a próxima.

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