Uso do ibuprofeno e infeção pelo novo coronavírus.

O novo coronavírus (SARS-CoV-2) causa a COVID-19, uma pandemia que tem mudado a rotina de todos. Com os primeiros focos na China e na Europa, em fevereiro de 2020 registraram-se os primeiros sinais no Brasil e, ao se alastrar por todos os continentes, passou então a ser chamada de pandemia. Assim, a doença causada pelo novo coronavírus é algo que realmente precisa ser levado a sério.

Por ser algo novo, a COVID-19 traz consigo uma série de incertezas no que diz respeito a tratamentos, medicamentos e outros aspectos sobre sua cura. E isso tem se mostrado terreno fértil para dúvidas e o surgimento de fake news sobre o tema. Entre as especulações sobre a suspeita de coronavírus, um medicamento ganhou espaço como um dos vilões da doença, algo que deveria ser evitado a todo custo: o ibuprofeno.

Neste artigo, saiba mais sobre as recomendações atuais e outras informações envolvendo o medicamento em caso de suspeita de coronavírus. Acompanhe a seguir.

O que é o Ibuprofeno?

O ibuprofeno é um medicamento classificado como anti-inflamatório não esteroidal (AINE). Quando prescrito, ele geralmente é administrado para casos agudos de dor, febre, inflamações e cólicas menstruais. Já pacientes com determinadas doenças crônicas, como artrites, geralmente fazem uso mais frequente e regular (crônico) desse medicamento.

Como todo medicamento, tem suas indicações, contra-indicações, efeitos colaterais e interações medicamentosas. Deve então ser utilizado apenas após prescrição médica.

O que já se sabe sobre a relação entre ibuprofeno e infecção pelo novo coronavírus?

A polêmica sobre o tema teve início em março com um estudo publicado no periódico científico The Lancet, que serviu de alerta sobre os efeitos dos medicamentos anti-inflamatórios, além de outros medicamentos como alguns usados para controle da pressão alta, no caso de infeção pelo novo coronavírus. Esse estudo indicou que o uso de anti-inflamatórios como o ibuprofeno, estimulariam receptores que facilitam a entrada do vírus na célula. Baseado disso, a ação do ibuprofeno, segundo especialistas, poderia piorar a infecção.

A partir disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) passou a recomendar, em caso de suspeita de infecção pelo nono coronavírus, que as pessoas optassem, por exemplo, por outros analgésicos e anti-térmicos, como o paracetamol, em situações de quadro de febre e dor e evitassem o ibuprofeno devido aos seus efeitos nocivos para o caso de COVID-19. A recomendação, por sua vez, passou a ser adotada pelo Ministério da Saúde no Brasil.

Entretanto, reportagens publicadas dias depois em sites como O Globo e G1 mostraram que na quinta-feira, dia 19 de março, a OMS voltou atrás e retirou a restrição de uso de medicamentos à base de ibuprofeno em pacientes com a COVID-19. O argumento utilizado para a mudança de orientação foi a falta de relatos de efeitos negativos do ibuprofeno que sustentem a tese, afirmando que: “não tem conhecimento científico de nenhum informe sobre efeitos negativos, além daqueles comuns que limitam seu uso em certas populações”.

Não há embasamento suficiente para que o medicamento seja alvo de uma contra-indicação absoluta neste momento. Diante desses fatos e como ainda não existem vacinas ou medicamentos próprios para o tratamento da doença, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) se manifestou. Em nota, a agência explicou que são necessários dados mais robustos referentes aos efeitos dos anti-inflamatórios na infecção pelo novo coronavírus. Assim, mais estudos são importantes para compreendermos melhor o papel de diversos medicamentos na infeção da COVID-19.

A agência também fez um alerta importante nessa nota voltado aos pacientes que fazem uso continuado ou frequente de ibuprofeno por prescrição médica, no sentido de orientar que não interrompam o tratamento, a menos que haja algum tipo de recomendação médica para isso.

Para saber mais sobre situações envolvendo o novo coronavírus, continue acompanhando o blog da Alergo Imuno e os canais oficiais de informação (como OMS e Ministério da Saúde). Até a próxima.

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