Como acontece a dessensibilização em alérgicos a medicamentos?

Muitas pessoas sofrem com a alergia a medicamentos. A resposta médica imediata é restringir o uso do medicamento e encontrar um bom substituto, no entanto, outra conduta pode ser tomada: a dessensibilização em alérgicos a medicamentos. O que acontece, nesse caso, é a administração gradativa de doses do remédio, que vão aumentando aos poucos até atingir a recomendada pelo tratamento médico, em primeiro lugar.

Essa possibilidade é ainda pouco utilizada e muita gente não a conhece. Por esse motivo, no post de hoje, vamos falar um pouco mais sobre como acontece a dessensibilização em alérgicos a medicamentos. Acompanhe. 

O que é a dessensibilização em alérgicos a medicamentos?

Como vimos, a dessensibilização em alérgicos a medicamentos é a indução de tolerância clínica a remédios. Isso acontece devido à reintrodução gradual de pequenas doses do fármaco ao qual o paciente apresenta reação, que deve ser feita em intervalos de tempo fixos, sempre tomando medidas para que o paciente fique bem e tolere o procedimento.

As dessensibilizações rápidas permitem o uso de antibióticos essenciais em pacientes alérgicos gravemente infectados, ou o uso de aspirina em pacientes cardíacos que apresentam sensibilidade à medicação quando submetidos à revascularização.

Procedimento de exceção

A primeira coisa a se saber quanto à dessensibilização em alérgicos a medicamentos é que esse é um procedimento recomendado apenas quando o medicamento ao qual o paciente é alérgico é fundamental. Ou seja, quando não existe nenhuma alternativa para uso com a mesmo efeito desejado. 

A dessensibilização não é indicada no caso de doenças induzidas por drogas graves ou potencialmente fatais. 

Quando pode ser usada a dessensibilização em alérgicos a medicamentos?

Alguns casos em que a dessensibilização vem sendo utilizada com sucesso é na administração de antibióticos em pessoas portadoras do vírus HIV, pacientes com câncer e que apresentam alergia à quimioterapia e gestantes com sífilis alérgicas à penicilina.

Além desses, existem outros casos. Ainda assim, é preciso que o paciente saiba que a dessensibilização é um procedimento de extremado risco, que deve ser feito em situações especiais.

Apenas especialistas em alergia são habilitados a fazer o procedimento em ambiente hospitalar, deve acontecer com uma equipe e equipamentos disponíveis para atendimento de respostas potencialmente graves, como, por exemplo, a anafilaxia. 

É importante saber que nem todos os tipos de reações podem ser dessensibilizadas, e o estado de dessensibilização é transitório. Isso significa que a duração é de apenas alguns dias. Não se estabelece uma tolerância ao medicamento de forma permanente.

Não há notícias de quando tenha sido realizada a primeira dessensibilização no Brasil, apesar de esse tipo de procedimento estar sendo aplicado há décadas para tratamento de gestantes com sífilis alérgicas à penicilina. 

No Brasil, profissionais especialistas em alergia estão habilitados para avaliar cada caso e realizar a dessensibilização, se realmente for necessário. O importante é estudar caso a caso e entender qual o tipo de medicamento preciso, e se ele não pode ser substituído por outro. Apenas nos casos em que não é possível a troca de remédio é que a dessensibilização se faz necessária.

Você entendeu como funciona a dessensibilização em alérgicos a medicamentos? Ficou com alguma dúvida? Deixe sua mensagem nos comentários!

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